Está a ficar ridículo persistir em reclamar dos portugueses a devolução do “nosso ouro”, assacando a essa cambada de “padeiros e de mulheres com bigode” todos os males que hoje assolam o Brasil, nomeadamente pelos "carimbos da burocracia que vieram nas caravelas do Cabral” ou até pela génese da corrupção que justifica hoje o dinheiro escondido na cueca do Ilustre Senador Chico Rodrigues (DEM-RR)... enquanto isso a Europa até já superou DUAS guerras mundiais (a de 1914-1918 e a de 1939-1945, esta última onde, por acaso, o Brasil até participou).
Não só é patético como fica confrangedor!
Já o escrevi, mas vale sempre a pena recordar dois ou três pontos comparativamente à “Terrinha”. "Vamo lá”;
No último Relatório de 2021 da Global Peace Index, divulgado a 27 de junho de 2021, Portugal caiu um lugar, permanecendo, contudo, no Top 5 dos países mais seguros do mundo, passou a estar agora em quarto lugar, entre os 163 Estados e territórios independentes que foram avaliados.
Já o Brasil foi classificado na 128ª posição, atrás mesmo de países que no ano de 2020 vivenciaram crises violentas como foi o caso do Azerbaijão ou da Belarus.
(Fonte: https://www.visionofhumanity.org/resources/) 19/03/22
De lembrar que no relatório de 2020 o Brasil estava em 126º lugar. Todavia os confrontos entre grupos de traficantes e fações criminosas e o aumento de homicídios que se registrou em 2020 colocaram o país uma vez mais em patamares preocupantes no ranking que mede a paz no mundo, ou seja, o crime organizado e a violência mantém Brasil refém de uma posição muito pouco dignificante na perceção da comunidade internacional.
De salientar também que este ranking é feito a partir de uma pontuação avaliada com base em indicadores que vão da criminalidade urbana ao grau de estabilidade política. Os investigadores levam também em linha de conta a situação económica de cada país, bem como os mecanismos de combate à corrupção, entre outros fatores, nomeadamente desenvolvimento económico. Segundo eles, quanto menor a corrupção, maior o grau de paz naquele país... e não estamos falando de conversa de boteco, não!
Ainda e sempre em continuação da sapiência com que certa academia brasileira nos vem brindando nos últimos anos, ao querer “ensinar” que o Brasil afinal “não foi descoberto” por Pedro Alvares Cabral, a 22 de Abril de 1500, mas sim "conquistado", uma vez que no território já existiam civilizações pré-colombianas, com culturas e línguas próprias.
Essa é uma das muitas "verdades" que tenta ensinar, ou melhor “parodiar”, a Prof. Doutora Patrícia Lino, da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles, EUA), porém, tal como a maior parte da intelectualidade brasileira defensora dos ideais “woke”, tropeça na ignorância. Senão vejamos;
Analisar a atuação dos bandeirantes, durante o século XVII, dos quais destacaria Antônio Raposo Tavares, Domingos Jorge Velho, Morais Navarro, Domingos Calheiros, Estevão Parente, Fernão Dias Paes, Manuel Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Silva, Pascoal Moreira Cabral ou André Fernandes, apresentando-os como monstros genocidas, que desbravaram os atuais Estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, pois localizaram e destruíram quilombos formados por negros e indígenas fugidos dos núcleos coloniais e que também buscavam metais preciosos, segundo padrões ético-morais do século XXI é per si um erro crasso!
Nomeadamente, tem omitido sempre o facto da dinastia Filipina ou dinastia de Habsburgo ter sido a dinastia real que reinou em Portugal no período entre 1580 e 1 de Dezembro de 1640 em que o Rei de Espanha era simultaneamente o Rei de Portugal, ou seja, na época das bandeiras.
Este triste quadro, pintado pela Ilustre Professora, cheio de ódio e de interpretações históricas de “caixa de cereal” sectariza a violência em diferentes escalas consoante lhe dá jeito na construção da patética narrativa típica de livro de drama de cordel.
E porque é que digo isto?
Porque infelizmente a violência contra os povos indígenas, o aumento de assassinatos, as invasões de terras e as violações dos seus direitos, volvidos que estão 200 (duzentos anos) sobre a partida dos portugueses, ainda não cessaram... mas claro a culpa ainda é do colonialismo luso!
(Fonte: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2021/10/28/violencia-contra-indigenas-aumento-de-assassinatos-invasoes-de-terras-e-violacoes-de-direitos-durante-pandemia-sao-denunciados-pelo-cimi.ghtml?fbclid=IwAR1rWdwn-HBNMQzTs2_o2nUE9-Mtbibvou75pRZeIs-xh77jG5w_fPSbPnE19/03/22)
É tão mais fácil diabolizar os outros pelos nossos próprios erros!
É aquela coerência selectiva que eu tanto aprecio na esquerda latino-americana: os portugueses eram hediondos porque eram esclavagistas; já o Alferes Joaquim José da Silva Xavier era bom porque era o "nosso" esclavagista. Os bandeirantes eram genocidas porque exterminaram deliberadamente indígenas e negros motivados por diferenças étnicas; já o sacrifício humano na América pré-colombiana de tribos inimigas era bom porque era uma prática religiosa realizada num contexto de certos cultos praticados pelos povos indígenas e hoje as altas taxas de criminalidade justificam-se numa conjuntura de uma sociedade em conflito devido aos interesses antagônicos entre classes, por causa da distribuição da renda assimétrica e dos oprimidos que se debatem com um Estado que montou uma estrutura repressiva para defender o grande capital. Temos que lutar pela democracia e por uma sociedade melhor; mas quando citamos Noam Chomsky e ele diz precisamente o contrário, é bom e temos sempre que contextualizar (mesmo quando ele defende o terrorismo), porque ele apoia a campanha Lula22.
Mas para mim o mais importante é já me terem dito que eu tenho "uma compreensão histórica equivocada do Brasil" porque a minha narrativa não é coincidente com a de certos intelectuais do PSOL, do PT, do PCdB e demais da esquerda brasileira. Pouco importa que eu tenha trabalhos meus depositados nas Bibliotecas das Universidades de Oxford ou de Lovaina (essas escolinhas), porque para determinados pensadores da USP eu só apresento "achismos" porque as minhas teses (ainda que devidamente suportadas) não se inserem numa corrente de um tal pensamento doutrinário e político específico (ainda que, hoje, maioritário nas universidades brasileiras concedo) mas que como ciência social que a História é, não é uma ciência exacta, logo não faz deles verdades absolutas!
Ou vão-me agora dizer que a História virou dogma, tal qual o da Imaculada Concepção da Virgem Maria?
Finalmente, ainda que dê para entender que se situam num campo ideológico totalmente oposto ao do presidente Bolsonaro, há uma coisa em que ambos estão de acordo... o desprezo pela Europa!
PS: Gostaria também de lembrar aos mais distraídos que em Portugal, hoje, reside a 3ª maior comunidade brasileira fora do Brasil. Segundo o Itamaraty, tem mais de 276 mil brasileiros vivendo em Portugal. Eu penso que serão um pouquinho mais, porque nem todos estarão registrados nem no SEF (Serviço de Estrangeiros Português) ou nos 3 Consulados brasileiros que tem em Portugal. Estes patrícios se queixam (algumas vezes com razão) de discriminação e de preconceito. Contudo, brasileiro continua tratando estrangeiro de “gringo” e não acha que é xenofobia. Conta "piada de português" e não acha que é preconceito... só é xenofobia e preconceito quando é com ele mesmo! Tem gente boa e tem gente ruim em todo o lado, por todo o mundo!