Link de video: https://youtu.be/10WnFxOX8qY
Minha Vó Ana, que nascera em 1912, em Irajá, Rio de Janeiro, à época Distrito Federal, me dizia, “Ó Menino, cuidado que isso ainda vai dar zebra”... e não é que deu mesmo!
Eis a razão porque, hoje, para estreia dos nossos vídeos, eu vou falar, novamente de Sergio Moro, aquele que um dia foi o “herói” da 13ª Vara Federal de Curitiba e que já “morreu politicamente”, mas ele ainda não sabe!
Já o escrevi no blog, uma crónica com o título “Roma não paga a traidor” e volto a repetir. Moro, na minha opinião, tem uma ambição política desmedida e sobretudo tem uma grande falta de carater.
O dr. Sergio Fernando Moro era um ilustre desconhecido para a maioria da população brasileira (e mundial) até que ganhou um enorme prestígio, há que o admitir, por dirigir entre Março de 2014 e Novembro de 2018, o julgamento em primeira instância dos crimes identificados na “Operação Lava Jato”.
Esta operação, como todo o mundo sabe, foi (só) a maior operação anticorrupção jamais montada em toda a América Latina... e o que aconteceu? Acabaram com ela!
Envolveu, como também sabem, um grande número de políticos, de empreiteiros e de empresas, tais como a Petrobras e a Odebrecht.
Em 2017, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decisão posteriormente anulada pelo STF (através de uma deliberação que a seu tempo irei falar dela e que, no mínimo, considero, enquanto advogado há quase 40 anos, no mínimo “sui generis”) no julgamento de um "habeas corpus", em 23 de março de 2021, tendo a Segunda Turma do Tribunal considerado que o dr. Moro agira com parcialidade em relação ao ex-presidente Lula da Silva e por conseguinte anulado seus atos no processo, declarando a suspeição do ex-magistrado.
Primeiro grande erro de Moro, em Novembro de 2018, pediu exoneração da magistratura, porque havia aceite o convite do então presidente eleito Jair Bolsonaro para ser o próximo titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Na minha modesta opinião nunca deveria ter ido para o Governo, mas sim para o STF.
Mas, Moro não resistiu à ganância de poder e de protagonismo e aceita virar (o que o pensava ele ser) super-ministro.
Veio a ser humilhado, posteriormente, pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro que o chamou de “funcionário” e Moro nada disse...
Nem vou perder tempo com as desavenças entre Moro e o presidente Bolsonaro durante o tempo em que aquele esteve no Governo (vg. Prisão em segunda instância, Foro privilegiado, Lei de abuso de autoridade, Liberdade de imprensa, Habeas Corpus e finalmente o “Caso do Senador Flávio Bolsonaro vs a demissão do então diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo) que fizeram com que o ministro da Justiça do Brasil se demitisse, depois de acusar o Presidente da República de "interferência" na Polícia Federal e de querer acesso a relatórios de investigações: "Nem na Lava Jato isto aconteceu".
Teve direito a conferência de imprensa e tudo... mais parecia novela mexicana!
Segundo grande erro de Moro, em novembro de 2020, não podendo mais retornar à magistratura e tendo abandonado o governo federal foi contratado como sócio-diretor da Alvarez & Marsal, uma empresa estadunidense que presta serviços de recuperação jurídica para atuar na àrea de disputas e investigações.
Entre os vários clientes desta consultora americana estão empresas envolvidas na Lava Jato, tais como a Odebrecht e a OAS. Então cadê a coerência, a ética e a moral tão apregoada aos outros pelo dr. Sergio Moro? Quando eram os outros a pagar os condenava por corrupção, quando é ele a receber para si se chama de emprego...
Terceiro grande erro de Moro, a atitude com Arthur do Vale. Não vou falar, uma vez mais, sobre o lamentável caso do deputado estadual paulistano “Mamãe Falei”. É publicamente conhecida a minha posição sobre esta temática. Contudo, quando um pré-candidato presidencial, ao tomar conhecimento de um escândalo de um dos seus principais apoiantes, se apressa a vir para os jornais dizer “Jamais dividirei palanque com ele”, demonstra bem o seu carater, ou falta dele. Não é nem muito corajoso, nem muito grato não! Qualidades que, em minha opinião, são fundamentais a um Presidente do Brasil.
Quarto grande erro de Moro, na última quinta-feira, dia 31 de Março, o ex-ministro da Justiça sai do 'Podemos', provavelmente convencido que era culpa da legenda - e não sua - não passar dos 6% nas pesquisas e se filia na 'União Brasil', partido resultante da fusão entre o 'DEM' e o 'PSL'.
Quando de repente o secretário-geral do 'União Brasil', ACM Neto, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), vem a público na sexta-feira, dia 1 de Abril, 24h depois da filiação de Sérgio Moro na União e disseram que vão pedir a desfiliação dele do partido, caso não desista de ser candidato a presidente. “Se ele for se filiar para ser candidato a Presidente, vamos pedir a impugnação da filiação dele agora”, afirmou Caiado ao Estadão.
O governador de Goiás, dr. Ronaldo Caiado, do 'União Brasil', reagiu ao que considerou descumprimento, "de forma desrespeitosa" pelo ex-ministro Sergio Moro de um acordo estabelecido com o partido.
Segundo o governador, quando o 'União Brasil' aceitou a filiação de Moro, uma condição estava clara: ele não seria candidato à Presidência e, sim, a qualquer outro mandato no Legislativo por São Paulo, como deputado federal ou senador.
O problema é que, segundo Caiado, o acordo foi rompido com o pronunciamento de Moro, nesta sexta-feira, primeiro de Abril. No pronunciamento, o ex-ministro, que deixou o 'Podemos' para entrar no 'União Brasil', declarou: "Não desisti de nada", embora na véspera tenha afirmado que, no novo partido, abria mão da candidatura a presidente.
Segundo julgo saber o problema de Moro com Caiado e Neto já está resolvido... mas a sua falta de caracter, essa, continua igual!