Salvo o devido respeito a Europa "se distraiu” discutindo se homem e mulher podiam partilhar, ou não, o mesmo banheiro, se deveríamos adoptar linguisticamente o termo neutro, do tipo “obrigade” ou “todes” e a argumentar se haveria necessidade, ou não, de remover pinturas alusivas aos Descobrimentos Portugueses dos Salões Nobres da Assembleia da República de Portugal ou destruir estátuas de antigos colonialistas em Londres...
Mais, partidos houve na Europa Ocidental que defenderam a desmilitarização total e o fim das forças armadas, como foi o caso, em Portugal, do Bloco de Esquerda. Íamos ser todos “amigues” e o mundo ia viver em paz, livre de ditadores! Entraríamos, finalmente na Era de Aquário, plena de paz e amor... e muito provavelmente, também, a fumar uns "baseados"!
Só que não! A história tem esta tendência aborrecida, eu sei, de teimosamente se repetir...
E enquanto o ocidente canalizava os seus recursos financeiros para outras áreas (mais pacifistas, agradáveis e criativas sem dúvida), a Rússia gastava o dobro do orçamento em arsenal militar e a China tornava-se o segundo país do mundo a gastar mais dinheiro em armamento (acredito que, ainda este ano, se não houver qualquer reacção internacional agora, a China vai finalmente invadir Taiwan).
E os portugueses, sempre arraigados ao mito sebástico, continuaram, lá na Terrinha, a acreditar que um dia alguém virá para os salvar (?) se, eventualmente, algo lhes viesse a acontecer e, portanto, andaram todos distraídos. Mas, foram sempre qualquer coisa “Je suis Charlie”, “Je suis Atocha”, “Je suis Ramblas”, “Je suis Promenade des Anglais à Nice”... mas era sempre lá longe, nunca lá dentro, nunca com eles (muito como os brasileiros)!
“Pimenta na bunda dos outros para mim é refresco!”
Já dizia a minha Avó Ana, lá no Rio de Janeiro, que “errar a primeira vez, todos podem errar, mas a segunda e a terceira já é culpa nossa!”
Portugal em particular e a União Europeia em geral tiveram esta semana a prova evidente de que há tiranos e ditadores no mundo e que não podemos confiar a nossa segurança e nossa liberdade a terceiros!
Há que repensar, urgentemente o papel da NATO, há que pensar seriamente uma política securitária europeia (extra-EUA) passando, eventualmente, pela constituição de um exército europeu.
Mas, que sei eu...