Dados divulgados, hoje, terça-feira, dia 18 de outubro referentes à última pesquisa do Ipec indicam que mais de 70% do eleitorado brasileiro acredita que é muito importante que o próximo presidente mantenha uma boa relação com outros países (80%), com o Congresso Nacional (77%), com empresários e investidores (72%) e com o Supremo Tribunal Federal (70%), ou seja, querem algo que não está no gibi.
Passo a explicar, o primeiro debate do segundo turno das eleições presidenciais entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), transmitido pela TV Bandeirantes, Uol e TV Cultura, contou com confrontos diretos e numerosas acusações entre os candidatos, sobretudo relacionadas com as denúncias de corrupção contra Lula, por parte de Bolsonaro, e à gestão (ou falta dela) da pandemia feita pelo atual governo, por parte de Lula.
Se o primeiro bloco do debate, foi dedicado ao confronto direto entre os candidatos e marcado principalmente por discussões sobre a pandemia da Covid-19, tendo outros temas sido abordados pelos presidenciáveis como a segurança pública e investimentos em infraestrutura. Eu diria que o que marcou mais o bloco foram as trocas de acusações sobre as mentiras e a corrupção entre os dois candidatos.
Já no segundo bloco, os candidatos responderam a perguntas dos jornalistas sobre temas como a independência de poderes, fake news e o posicionamento a respeito de eventuais mudanças na composição do Supremo Tribunal Federal (STF). Vai ser curioso de observar como se irá passar, conforme o resultado do próximo dia 30 de outubro. Ora pendendo para um Congresso agora majoritariamente de direita se o próximo presidente for de esquerda ou as relações com o STF se o atual presidente vier a ser reeleito.
A ver vamos...
Já no terceiro e último bloco, novamente de confronto direto, Lula e Bolsonaro travaram embates principalmente sobre escândalos de corrupção durante o governo petista, mas também vieram à tona temas como a decretação de sigilos durante o governo Bolsonaro e políticas ambientais.
Em conclusão, segundo a minha opinião, os dois candidatos tiveram bons momentos.
Lula da Silva talvez um pouco melhor no primeiro bloco, ao atacar a incompetência de Jair Bolsonaro na má gestão na pandemia do COVID-19, além da sua insensibilidade ao debochar dos brasileiros que estavam sofrendo e com falta de ar, da total falta de empatia com a morte.
O ex-presidente Lula também deixou o presidente Bolsonaro sem reação ao questionar quantas universidades e institutos técnicos foram implantados pelo seu governo. Bolsonaro se esquivou lançando a culpa por não ter feito nada à pandemia e à guerra na Ucrânia.
Por seu lado, Jair Bolsonaro foi para mim melhor no terceiro bloco, em que insistiu na temática da corrupção, chamando na sua narrativa o tema, que foca no PT e exime os partidos que hoje estão em seu governo do esquema.
No campo da temática da corrupção, Lula falha estrondosamente, a esta altura da campanha, ao não apontar com quem estão, nesta eleição, os políticos envolvidos no núcleo do escândalo do Petrolão, convenhamos, em termos reputacionais, estamos conversados!
Nesse terceiro bloco, Lula, surpreendeu pela negativa, pela má gestão que fez de seus 15 minutos de fala e entregou a Bolsonaro cinco minutos finais corridos, em que o presidente fez um pronunciamento sui generis que misturou religião, comportamento, Deus, satã e gestão.
Foi um discurso dirigido à sua base de apoio, não necessariamente, em minha opinião, aqueles eleitores mais informados, mas que forçosamente vai chocar a opinião pública internacional.
Como diria a Vó Ana, “cê quer algo que não está no gibi.”