NÃO SE PODE COMER O BOLO E CONTINUAR A TÊ-LO... 

Provavelmente esperariam que eu comentasse, hoje, o (fraco) segundo debate presidencial das eleições de 2022, realizado neste sábado, dia 24 dia de setembro, e que ficou marcado por acusações de corrupção na gestão Jair Bolsonaro (PL) e críticas à ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contou com as presenças de Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D'Ávila (Novo) e Padre Kelmon (PTB) que participaram deste evento promovido por uma pool de veículos de imprensa, formada por SBT, CNN, 'Estadão'/Rádio Eldorado, Terra, Veja e Rádio Nova Brasil FM... disse!

Mas, não!

Apesar da minha formação académica ser essa, não tenho por hábito falar aqui nas minhas crónicas, sobretudo numa semana que antecede o primeiro turno das eleições presidenciais, de Relações Internacionais, mas é isso mesmo que eu vou fazer!

Porque temo que vai ser difícil, para nós brasileiros, caso o ainda presidente Bolsonaro vier a ganhar as eleições presidenciais, podermos emigrar para outro destino que não Moscou... e lá faz muito frio e só tem neve e gelo!

Por muito que custe aceitar, ainda que vivamos no hemisfério sul, se deflagrar a terceira guerra nuclear, o Brasil irá também sofrer as consequências ou alguém tem ilusões do contrário?

Na semana passada o Presidente russo anunciou a mobilização de reservistas e admitiu utilizar armas atômicas contra a "chantagem" do Ocidente pela Ucrânia.

O plano do presidente Vladimir Putin era o de convocar 300 mil reservistas do exército para reforçar as tropas russas na guerra na Ucrânia. A mobilização foi anunciada no passado dia 21 de setembro.

Apesar de não haver dados precisos, se tem verificado um verdadeiro êxodo de russos para outros países, por se recusarem a alistar nas fileiras das forças armadas da Federação Russa. Mas, a OTAN está levando muito a sério as ameaças nucleares russas. A França também tem arsenal nuclear e o Reino Unido também, já para não mencionar o dos Estados Unidos.

Das 742 bases militares norte-americanas espalhadas no mundo, 118 estão na Alemanha, 44 ficam na Itália e 1 em Portugal. Não vou falar aqui das 119 que estão no Japão só para o caso de a República Popular da China tentar algo.

Fora isso, a US Navy possui o maior número de porta-aviões nucleares, com onze (11) em serviço neste momento, representando um símbolo da capacidade de projeção de força do país e de seu status enquanto grande potência militar e já com mais três (3) em construção.

Para os mais esquecidos recordo, como já o havia escrito numa crónica, a 4 de marco pp, que o presidente Jair Bolsonaro defendeu, no inicio deste ano, durante uma das suas lives semanais, as relações do Brasil com a Rússia e chamou de “parceiro” o presidente Vladimir Putin. Para variar em "contramão" com a maioria do resto do mundo que censura e ostraciza o presidente russo.

Lembro que ele também protagonizou (mais) uma lamentável visita de Estado a Moscou, em que o negacionista Bolsonaro se sujeitou a colocar máscara e a fazer cinco (5) testes PCR's (impostos pelo FSB) para se poder avistar com o presidente Putin, os mesmo testes de controle Covid-19 que apenas horas antes o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, se haviam recusado a fazer e foram recebidos na mesma pelo presidente russo.

Mais, a imprensa brasileira pró-presidente se apressou a anunciar que "Putin sinaliza recuo na Ucrânia” ou “presidente Bolsonaro evita a 3.ª Guerra Mundial”... dou, por exemplo, a CNN Brasil que chegou mesmo a noticiar que o chefe de Estado Brasileiro "convencera o presidente russo a não invadir a Ucrânia".

Foi só ridículo...

Houve até quem logo quisesse propor o presidente Bolsonaro para o próximo Premio Nobel da Paz!

Vó Ana me dizia: “Menino, cê não pode comer o bolo e continuar a tê-lo"