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“Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”
Laurentino Gomes in “1808”
Como não “gostar” de um autor que na capa de um dos seus “best sellers” se dirija a um dos reis do meu outro país (sim, porque eu também sou filho de uma portuguesa) como “um príncipe medroso”... Dom João VI que anos mais tarde virá a aconselhar a estratégia a seu filho, o Imperador Dom Pedro I e que culminará na Declaração da Independência do Brasil, a 7 de Setembro de 1822!
Mas, eu das obras de Laurentino Gomes, já li “1808”; “1822”; “1889” e “Escravidão” volumes I e II. Eu só gosto de criticar aquilo que conheço... e a obra de Laurentino Gomes a conheço bem demais.
É petulante, é facciosa, é demagoga e é digna do esquerdista que é o que ele é! Tentando passar o pano sobre o papel que o Brasil teve, particularmente, nessa página vergonhosa da nossa história que foi a escravidão!
Houve culpas sim! Mas de todos, repartidas entre os colonizadores portugueses, nós brasileiros e também os esclavagistas africanos que vendiam os seus próprios irmãos aos traficantes negreiros brancos!
Por muito que nos custe, hoje, a nós brasileiros ouvir, até o Grande Joaquim José da Silva Xavier, o "Tiradentes”, Patrono Cívico do Brasil, também ele era proprietário de escravo nas capitanias de Minas Gerais, quando foi preso, julgado e barbaramente executado pelos portugueses, a 21 de Abril de 1792, na Cidade do Rio de Janeiro.
Mas, hoje, para mim, nesta crónica, o mais importante é tomar a comunidade japo-brasileira como exemplo.
Se trata da maior comunidade japonesa fora do Japão! Já criou coisas que hoje são um exemplo para o mundo inteiro: o Jiu Jitsu brasileiro (muito mais famoso e mais divulgado mundialmente do que o original japonês); o Temaki (criação de comida japonesa 100% brasileira que, hoje, é mundialmente conhecida e consumida); em 2016, 2018 e 2020 os concursos para melhor Sushiman do mundo, no Japão, foram ganhos por brasileiros!
Mas, para aqueles que mataram aula de história eu recordo que o 509º Grupo das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos enviou uma aeronave Boeing B-29 Superfortress lançar, sobre a cidade japonesa de Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, a bomba atômica de urânio (Little Boy) a que se seguiu uma outra explosão de uma segunda bomba nuclear de plutônio (Fat Man) sobre uma outra cidade japonesa, Nagasaki, no dia 9 de agosto de 1945.
Dentro dos primeiros 2 a 4 meses após estes ataques atômicos estadunidenses, os efeitos agudos das explosões mataram entre 90 mil a 166 mil pessoas em Hiroshima e 60 mil a 80 mil pessoas em Nagasaki; cerca de metade das mortes em cada cidade ocorreu logo no primeiro dia. Durante os meses seguintes, vários morreram por causa do efeito de queimaduras, do envenenamento radioativo e outras lesões, que foram agravadas pelos efeitos da radiação. Em ambas as cidades, a maioria das vítimas foram civis, embora Hiroshima fosse também um objetivo militar.
A15 de agosto de 1945, poucos dias depois do bombardeio de Nagasaki e da declaração de guerra da URSS, o Japão anunciou sua rendição incondicional às forças Aliadas.
No dia 2 de setembro de 1945, o governo japonês assinou o acordo de rendição incondicional, acabando assim a Segunda Guerra Mundial.
O Japão, hoje, 77 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial tem uma excelente relação (de aliança estratégica até) com os Estados Unidos da América, isto apesar de ter sido, até agora, o único país no mundo a conhecer a tragédia de ser bombardeado - não uma, mas duas vezes - com bombas atómicas norte-americanas.
O Japão, hoje, todo o mundo o reconhece, é dos países mais desenvolvidos e mais ricos do mundo, preza muito a sua cultura, não esqueceu suas vítimas, mas fez a paz com a história para benefício e prosperidade do seu próprio povo!
Já o Brasil, 200 anos depois da sua independência, dá continuidade a esse lamentável processo cultural do ódio racista, transportando também um rancor demagogicamente alimentado em relação ao passado histórico colonial, mas tenhamos consciência que, se essa raiva permanece viva, é graças a autores como Laurentino Gomes ou Mary Del Priore e a uma corrente doutrinária revanchista de esquerda que domina a atual academia brasileira, nos quais, obviamente, eu não me revejo minimamente!
“O passado é um lugar de referência, não um lugar de residência; o passado é um lugar de aprendizado, não um lugar de vida”. Ensinava e muito bem Roy T. Bennet
É aquela coerência seletiva que eu tanto aprecio na esquerda brasileira:
Os bandeirantes eram genocidas porque exterminaram "deliberadamente" indígenas e negros motivados por diferenças étnicas; já o sacrifício humano na América pré-colombiana de tribos inimigas era "bom" porque era uma prática religiosa realizada num contexto de certos cultos praticados pelos povos indígenas;
Os portugueses, até á independência, ocuparam abusivamente o nosso território e mataram as populações indigenas "exclusivamente" motivados por motivos ignóbeis, tais como racismo e cobiça; já, hoje, as altas taxas de criminalidade se justificam numa conjuntura de uma sociedade em conflito devido aos interesses antagônicos entre classes, por causa da distribuição da renda assimétrica e de oprimidos que se debatem com um Estado que montou uma estrutura repressiva para defender o grande capital;
Temos que lutar pela democracia e por uma sociedade melhor; mas quando citamos Noam Chomsky e ele diz precisamente o contrário, é bom e temos sempre que contextualizar (mesmo quando ele defende o terrorismo), porque ele é apoiante de Lula 22.
Mas para mim o mais importante é já me terem dito que eu tenho "uma compreensão histórica equivocada do Brasil" porque a minha narrativa não é coincidente com a de certos intelectuais do PSOL, do PT, do PCdB e demais esquerda brasileira.
Pouco importa que eu tenha trabalhos meus nas Bibliotecas das Universidades de Oxford e de Lovaina na Europa, porque para determinados pensadores da USP eu só apresento "achismos" porque as minhas teses (ainda que devidamente suportadas) não se inserem numa corrente de um tal pensamento doutrinário e político específico (ainda que, hoje, majoritário nas universidades brasileiras concedo) mas que como ciência social que a História é, não é uma ciência exata, logo não faz deles verdades absolutas!
Ou vão-me dizer que agora viraram dogmas qual Imaculada Conceção da Virgem Maria?
Foto: Meus filhos gêmeos, Francisco e Frederico, Praia do Forte, Município de Mata de São João, Estado da Bahia.