O respeito é um dos valores humanos que fundamentam a vida em sociedade. Seja em relações interpessoais ou em vista das normas, das regras de um poder instituído.
Segundo a etimologia, "respeito" é oriundo do latim respectus que significa "olhar outra vez". Assim, algo que merece um segundo olhar é algo digno de respeito.
Por esse motivo, respeito também pode ser uma forma de veneração, de prestar culto ou fazer uma homenagem a alguém, como indica a expressão "apresentar os seus respeitos".
O respeito mútuo representa umadas formas mais básicas e essenciais para todo e qualquer convívio social e é um dos princípios fundamentais em todas as sociedades contemporâneas... ou pelo menos deveria ser!
O respeito é um dos valores mais importantes do ser humano e tem grande importância na interação social. O respeito impede que uma pessoa tenha atitudes reprováveis, autoritárias e/ou injustas em relação às outras.
Respeitar não significa concordar plenamente com outra pessoa, mas significa não discriminar, ofender ou impedir que outro realize as suas próprias escolhas.
Eu estou escrevendo tudo isso porque, infelizmente, muito brasileiro a começar pelo atual presidente brasileiro, Jair Messias Bolsonaro, se esqueceu (se é que alguma vez o conheceu) do significado deste conceito tão básico e por onde anda, no estrangeiro inclusive, tudo vira baderna!
E foi isso mesmo que aconteceu, ontem, em Londres, quando um cidadão inglês bastante indignado bateu boca com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que estavam diante da residência oficial do embaixador brasileiro, gritando palavras de apoio ao seu candidato, como se fosse um comicio, ingnorando que estavam a poucos metros do Hyde Park, local onde uma multidão de milhões de britânicos se reuniu para homenagear a Rainha inglesa, Elisabeth II, que estava sendo sepultada nesse mesmo dia, demonstrando uma total falta de respeito, num país que não é do deles, por um povo que está enlutado e que na sua maioria considera que a sua Rainha serviu por 70 anos o Reino Unido e a Commonwealth com graça, dignidade, inteligência e com um eterno senso de dever desde o momento em que assumiu a Coroa, sendo símbolo de união para com o país que a caracterizou durante toda a sua vida.
A rainha Elisabeth II era muito mais do que um mero Chefe de Estado respeitado, ela irá ser lembrada na Europa como uma das figuras mais significativas da história contemporânea.
Contudo, o funeral da Rainha Elisabeth II, em Londres, infelizmente ficou marcada por outros momentos muito menos dignificantes para a República Federativa do Brasil do que um mero cidadão inglês indignado por um grupo de patrícios fazendo baderna diante da residência oficial do embaixador brasileiro. Antes tivesse sido só isso.
Isto porque na manhã desse domingo, dia 18 de setembro, da sacada da residência oficial do embaixador brasileiro em Mayfair, o presidente Bolsonaro discursou para os seus apoiadores presentes e em meio a outras declarações, disse que "não tem como" ele não ganhar no primeiro turno.
Assim, nesta segunda-feira, dia 19 de setembro, os jornais britânicos repercutiram algumas das declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sua viagem a Londres, na Inglaterra, para participar do funeral da rainha Elizabeth II. Alguns dos veículos disseram, inclusive, que o presidente brasileiro usou a ocasião para fazer "palanque eleitoral".
Jornais de diferentes posicionamentos políticos abordaram, em tom crítico, as manifestações de Bolsonaro durante a cerimônia, entre eles, The Guardian, Daily Mail, Independent e TheTimes.
Em relação às falas do presidente Bolsonaro, o Daily Mail escreveu que ele usou de um "tom agressivo" para fazer "comício”, enquanto outros líderes globais “chegam ao Reino Unido para manifestar seu respeito pela rainha, o líder da direita radical populista Jair Bolsonaro fez um comício em tom agressivo da janela da embaixada de seu país incitando uma multidão com bandeiras".
Já o The Guardian, publicou que o "presidente Bolsonaro usa visita a Londres para funeral da rainha como 'palanque eleitoral'". Ao longo do texto, o jornal escreveu que o chefe do Executivo "voou para Londres para discursar aos seus apoiadores" sobre os "perigos dos esquerdistas, do aborto e da ideologia de gênero'".
A grande diferença – digo eu – está na dedicação à causa pública, no sentido do dever, no exemplo que extravasa o próprio país do que é ser Chefe de Estado e quando se é um exemplo de dedicação ao seu povo.
É claro que nós, no Brasil, não estamos habituados a isso, com políticos de tão baixo nível e tão incultos. A Rainha Elisabeth II foi uma fantástica Chefe de Estado e nos devia servir como exemplo.
Quando em criança ia para casa de Vó Ana, no Rio de Janeiro, ouvia os mais velhos dizer que “o respeito é bom e conserva os dentes”...