ROMA NÃO PAGA A TRAIDORES

NOTA PRÉVIA: Gostaria, uma vez mais, de fazer uma declaração de interesse. A saber; a minha família paterna, de origem galega, emigrou, à época, para o Império do Brasil, em meados do século XIX e se estabeleceu em Irajá, na zona norte da Cidade do Rio de Janeiro, na então Província do Rio de Janeiro. Já eu, nasci em Portugal, na cidade do Porto, há sessenta anos, de Mãe Portuguesa. Sempre que ia ao Brasil era (e continuo sendo) zoado com carinho pelos meus primos e tios Cariocas como sendo o “português”, ainda que também possua nacionalidade brasileira (cidadão nato) e assim continuarei sendo até que o Congresso Nacional, em Brasília (DF) altere a alínea c) do incluso I do artigo 12º da Constituição da República Federativa do Brasil que estatui o seguinte:  

"Art. 12. São brasileiros

I – Natos: 

(...) 

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente (...)”  E EU FUI !!!  

Além do mais, tenho residência no Rio de Janeiro, CPF, carteira nacional de habititação e carteira de identidade brasileira (ambas obtidas no DETRAN da Avenida Presidente Vargas, 817, (mas em andares diferentes), no Rio de Janeiro (RJ)), título de eleitor; sempre votei, tenciono continuar votando e agora já, em Outubro, nas próximas Presidenciais) e passaporte brasileiro... e para todos quantos não gostam destes fatos, se lembrem do proverbio “Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas”.   

Finalmente, como sempre fui um grande admirador da obra de Nelson Rodrigues, dedico esta frase dele a todos os meus “haters”... "Os idiotas vão tomar conta do Mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.   

Obrigado a todos quantos que me leem... Bem hajam por isso!

____   

dois dias o MBL anuniciou que deixava o Podemos (também quem quer estar com um partido onde pertence o Senador Styvenson Valentim que quer castrar todo o mundo?!) após crise com Arthur do Val, mas mantém apoio a Moro. Com a decisão, saem do Podemos, entre outros, o deputado federal Kim Kataguiri, o vereador Rubinho Nunes e a ativista Adelaide Oliveira, bem como os quatro nomes indicados pelo MBL para a eleição de deputados estaduais, Amanda Vettorazzo, Cristiano Beraldo, Guto Zacarias e Renato Battista. O Movimento negocia agora com União Brasil, Patriota e com o Cidadania   

Ou seja, Lula sorri e Bolsonaro agradece!   

Mas, hoje, eu vou centrar esta minha crónica no pré-candidato à Presidência da República, o ex-Juiz Sergio Moro (Podemos) que rompeu com o deputado estadual Arthur do Val (ex-Podemos-SP) após o áudio sobre mulheres ucranianas ser divulgado. “Jamais dividirei palanque com ele”. Ora eu também jamais votarei em alguém que, enquanto Juiz Federal acusou a Odebrecht por corrupção, para, anos mais tarde, ir trabalhar para a mesmíssima Odebrecht como seu Consultor.    

Eu não tenho cara de palhaço...   

Na última pesquisa da Quaest/Genial para as eleições presidenciais de 2022, que foi divulgada pela CNN  Brasil nesta quarta-feira, dia 16 de Março, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua na frente, com 45% das intenções de voto no primeiro turno, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 25%. Depois, aparecem os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Sergio Moro (Podemos), com 6% das menções.   

Ou seja, o “herói” da 13ª Vara Federal de Curitiba já “morreu politicamente”, mas ainda não sabe! E não é de admirar não, porque há aqui sempre um padrão que não passa despercebido, a saber, a sua ambição política desmedida e a falta de carater. Passo a dar a minha opinião.   

O dr. Sergio Fernando Moro era um ilustre desconhecido para a maioria da população brasileira (e mundial) até que ganhou um enorme prestígio quer nacional, quer internacional, há que o admitir, por dirigir entre Março de 2014 e Novembro de 2018, o julgamento em primeira instância dos crimes identificados na Operação Lava Jato, envolvendo um grande número de políticos, empreiteiros e de empresas, tais como a Petrobras e a Odebrecht. Em 2017, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decisão posteriormente anulada pelo STF (através de uma deliberação que a seu tempo irei falar dela e que, no mínimo, considero “sui generis”) no julgamento de um habeas corpus em 23 de março de 2021, tendo a Segunda Turma do Tribunal considerado que o dr. Moro agira com parcialidade em relação ao ex-presidente Lula da Silva e por conseguinte anulado seus atos no processo, declarando a suspeição do ex-magistrado.    

Primeiro grande erro, em Novembro de 2018, pediu exoneração da magistratura, porque havia aceite o convite do então presidente eleito Jair Bolsonaro para ser o próximo titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Na minha modesta opinião nunca deveria ter ido para o Governo, mas sim para o STF. Mas, Moro não resistiu à ganância de poder e de protagonismo e aceita virar (o que o pensava ele ser) super-ministro.   

Nem vou perder tempo com as desavenças entre Moro e o presidente Bolsonaro durante o tempo em que aquele esteve no Governo (vg. Prisão em segunda instância, Foro privilegiado, Lei de abuso de autoridade, Liberdade de imprensa, Habeas corpus e finalmente o “Caso do Senador Flávio Bolsonaro vs a demissão do então diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo) que fizeram com que o ministro da Justiça do Brasil se demitisse, depois de acusar o Presidente da República de "interferência" na Polícia Federal e de querer acesso a relatórios de investigações: "Nem na Lava-Jato isto aconteceu".   

Teve direito a conferência de imprensa e tudo... mais parecia novela mexicana!   

Segundo grande erro, em novembro de 2020, não podendo retornar à magistratura e tendo abandonado o governo federal foi contratado como sócio-diretor da Alvarez & Marsal, uma empresa estadunidense que presta serviços de recuperação jurídica para atuar na àrea de disputas e investigações. Entre os vários clientes desta consultora americana estão empresas envolvidas na lava Jato, tais como a Odebrecht e a OAS. Então cadê a coerência, a ética e a moral tão apregoada aos outros pelo dr. Sergio Moro? Quando eram eles os condenava por corrupção, quando é para si se chama de emprego...

Terceiro grande erro, a atitude com Arthur do Vale. Não vou falar, uma vez mais, sobre o lamentável caso do deputado estadual paulistano “Mamãe Falei”. É publicamente conhecida a minha posição sobre esta temática. Contudo, quando um pre-candidato presidencial, ao tomar conhecimento de um escândalo de um dos seus principais apoiantes, se apressa a vir para os jornais dizer ““Jamais dividirei palanque com ele”, demonstra bem o seu carater: não é nem muito corajoso, nem muito grato não!   

Em conclusão: penso ter conseguido explicar como alguém, o dr. Sergio Moro, já dando de barato o vazamento de conversas pelo “The Intercept”, em 2014, a revista “Isto É” o elegeu o "Brasileiro do Ano" e a “Época”, uma das cem individualidades mais influentes do Brasil; em abril de 2016, a revista “Time” o considerou uma das cem pessoas mais influentes do mundo (sendo o único brasileiro que contava então dessa lista); em dezembro de 2019, foi eleito pelo jornal britânico "Financial Times” como uma das cinquenta personalidades mundiais que moldaram os anos 2010, sendo o único brasileiro da lista. Em julho de 2016, de acordo com um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas em eventual disputa eleitoral entre Lula da Silva e Sergio Moro, 57,9% dos participantes disseram que votariam no ex-juiz federal, contra 21,3% do petista... hoje Moro vale 6% das intenções de voto no primeiro turno das eleições presidenciais!   

Tal como, em 181 a.C., afirmou o General romano Servilius Caepio: “Roma não paga a traidores!”