Link do vídeo: https://youtu.be/JXk12PxgTPU
Quando Jair Messias Bolsonaro responde aos estrangeiros que a Amazônia (a cobiça de sempre) é dos brasileiros eu, por questão de princípio tendo a concordar com ele. Aliás, acrescento que se francês também quer “um pulmão para o planeta” arranque a vinha que tem lá em França e em vez de vinho de Champanhe ou Saint Emilion plante floresta ou, em alternativa, em vez de ter 100 variedades diferentes de queijo, reduzam para 80 (que ainda é muito queijo) e diminuam a área de pasto para dar lugar a mais floresta francesa. Assim aumentarão os apenas 5% do território nacional que tem na Europa e deixariam de se preocupar tanto com aquilo que não lhes pertence.
Agora, eu não sou gringo! Eu sou brasileiro e a mim o presidente Jair Messias Bolsonaro não me pode responder que a Amazónia não me diz respeito. Porque eu ai respondo para ele que está muito enganado! Diz sim e muito!
A Amazónia é património do Brasil e dos brasileiros e deverá ser preservada para as nossas gerações futuras!
No monitoramento do Global Forest Watch, desenvolvida pela Universidade de Maryland e que foram publicados no último dia 28 de Março, mostra que (só) em 2021, mais de 40% da perda de floresta nativas a nível mundial ocorreu no Brasil.
O nosso país perdeu cerca de 1,5 milhão de hectares nas chamadas de florestas tropicais primárias. A maior perda foi na região Norte. As florestas primárias, ou virgens, são aquelas que se encontram em seu estado original — não afetadas, ou afetadas o mínimo possível, pela ação humana. Por serem mais antigas, elas têm mais diversidade de espécies, armazenam mais carbono e são consideradas essenciais no combate à mudança climática.
Esse mapeamento é feito há duas décadas a partir de análises de imagens de satélite. Os dados apontam que o Brasil vem destruindo áreas gigantes de floresta, com taxa acima de 1 milhão de hectares, desde 2016...
Portanto, justiça seja feita, não é um problema originado por este governo, mas sim agravado por ele!
O relatório também alerta que a Floresta Amazônica está perdendo a resistência. A vegetação está mais seca e demora mais para se recuperar e mais da metade da floresta corre o risco de virar savana em questão de décadas, com reflexos na biodiversidade e no clima.
Esse processo não acontece só no Brasil. Em todo o mundo, foram 3,75 milhões de hectares que foram perdidos por conta da ação do homem. Em segundo lugar na lista dos maiores desmatadores está a República Democrática do Congo, seguido pela Bolívia, pela Indonésia e pelo Perú.
Janeiro e fevereiro de 2022 acumularam recordes de desmatamento segundo os especialistas, os números são alarmantes porque é justamente nesta época do ano que a Amazônia costuma sofrer um pouco menos com a ação de tratores e de motosserras.
Normalmente, o período entre dezembro, janeiro, fevereiro e março acumula taxas menores de desmate já que estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados do bioma. No entanto, as taxas atuais se comparam aos registros da estação seca em anos onde houve maior ação contra os crimes ambientais.
Logo, o Presidente da República Federativa do Brasil falta à verdade quando, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas diz atoardas como o ‘Brasil é vítima de brutal campanha de desinformação sobre Amazônia e Pantanal’ ou quando afirma em Nova Iorque perante os representantes dos outros países que floresta amazônica não pega fogo no interior, só nas bordas, porque é úmida. Mais, segundo ele, quem coloca fogo nos arredores são o 'índio' e o 'caboclo'.
Pois, lamento desiludir o Presidente da República do Brasil, mas, eu que não sou gringo, logo a Amazónia diz-me respeito, e os números corretos são estes. A saber;
- Em janeiro foram 430,44 km² de área sob alerta de desmatamento, de acordo com o sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A média para janeiro no período entre 2016 e 2021 é de 162 km²; a taxa atual foi 165% maior;
- Em fevereiro foram 199 km² de áreas sob alerta de desmate, segundo o Inpe; a média entre 2016 e 2021 é de 135 km²: o número registrado neste ano é 47% maior;
- Monitoramento independente feito com outra metodologia pelo Imazon, divulgado a 19 de março de 2022, aponta 70% de alta no desmatamento no mês de fevereiro de 2022; foi o pior fevereiro em 15 anos.
Por último, queria deixar aqui um alerta muito sério em relação à preservação dos direitos das comunidades indígenas, tal como se encontra consagrado na Constituição brasileira de 1988.
Ao contrário daquilo que o presidente Bolsonaro pensa ou deixa de pensar, até ele tem que cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Federativa do Brasil. Se não concorda tente mudá-la... agora, duvido muito que consiga fazer!
Darei só um exemplo, reportado já a 2020, mas que só agora se tornou público. O garimpo em terras indígenas Yanomami tem causado dor e tragédias. Um relatório recém-divulgado pela Hutukara Associação Yanomami mostra que três meninas da etnia Yanomami de 13 anos foram assassinadas depois de serem estupradas por garimpeiros. Os ataques ocorreram na região central do território, conhecida como polo base Kayanaú.
Ainda que tenham proteção legal, ainda hoje tem índigenas a ser assassinados por motivos fúteis. Entre 2003 e 2015, 742 indígenas foram assassinados. Isso representa uma média de 57 por ano ou um homicídio a cada seis dias.
Os dados fazem parte do mais recente levantamento sobre a violência contra indígenas no Brasil, a plataforma CACI (Cartografiados Ataques Contra Indígenas).
Já vai sendo tempo de acabar com esta violência insensata contra os povos indígenas e tentar enganarmo-nos ao dizer que a culpa foi só do colonizador!
POR ÚLTIMO: Hoje, no dia em que atingimos os 35,3k seguidores, gostaria de anunciar a todos vocês que estamos mudando o nome deste blog para:
“Saravá!” por José Góis Chilão
É a minha singela homenagem à alma brasileira, ao mesmo tempo que saúdo todos vocês que me vão encontrando, por aí, na web. A gente se vê por aí...
Fotografia: “A floresta tem um valor incalculável ecom sua biodiversidade e os conhecimentos dos indígenas se pode conseguirriquezas naturais para os brasileiros e para o mundo, que podem mudar a forma de viver, a partir da sustentabilidade” in “AMAZÔNIA, VIVA E ETERNA” de Sebastião Salgado