Link do novo vídeo: https://youtu.be/BsIQ5j8yurs
Gênero situado entre o conto e o romance, a novela apresenta algumas especificidades em relação à estrutura e ao conteúdo da narrativa. Ora, infelizmente para nós, brasileiros, o nosso cotidiano político, mais está parecendo "novela mexicana” que outra coisa...
Senão vejamos; não há limite de personagens e, ao longo desta trama, novos tendem a surgir, assim como outros tem vindo a ser retirados da trama, tudo em prol do fio narrativo. Já o enredo, esse, diferentemente do que acontece com o romance, cuja extensão é maior (logo com um ritmo mais lento), esta novela segue a um ritmo mais alucinante. As ações dos personagens são essenciais para a narrativa, por isso esta novela se tornou numa sucessão de eventos loucos. Já a linguagem vai depender das circunstâncias históricas da narrativa. Se ela fosse narrada na época do colonialismo, a linguagem denotaria características dessa época. Porém a narrativa é desenvolvida na atualidade, logo a linguagem acompanha os hábitos culturais contemporâneos do Brasil de hoje, ou seja, baixo calão!
Vai ser um sucesso!
E sem mais demoras eis a nossa novela:
I Capítulo
O Pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes resolveu convidar o humorista Gregório Duvivier para uma conversa frontal e sem rodeios numa live que abre o que ele chamou de “Ciro Games”. O encontro aconteceu, na última sexta-feira, dia 20 de maio. Eles vinham se estranhando desde que Ciro o comparou ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Mais, o ex-Governador do Ceará havia anunciado em suas redes que o encontro entre eles se daria na terça 17. Mas logo em seguida Duvivier desmentiu: “Pessoal, toda terça-feira gravo “Greg News”. Há cinco anos. Acho legal o convite do Ciro, mas eu trabalho”, afirmou ele.
No encontro enfim realizado, o antigo ministro da Fazenda começou contextualizando a proposta da conversa: “Ele fez uma análise dupla, crítica, bem-humorada (no programa “Greg News”), que a gente só tem que aplaudir. Ele também atravessou uma linha política perigosa em tempos de Bolsonaro. Aparentemente ele aceitou o que o PT pede, que todo mundo deve colocar a mão no nariz e esquecer tudo que já foi feito”.
Gregório começou respondendo: “Primeiro erro factual seu, eu nunca disse que você deve abandonar a candidatura. E eu nunca disse que tem que votar no Lula, segundo erro”. Depois foi para o ataque: “Você disse que eu cometi “fake news”, mas isso é muito perigoso, Ciro. Chamar aquilo de mentiras é muito ruim. Porque essa palavra é um conceito político que você sabe bem. (…) Uma das suas tarefas como líder, era importante não inflamá-la. Eu não acho certo chamar de “fake news” o que eu falo. Não fui eu quem disse que você ganhou um carro”.
O ex-deputado federal cearense o interrompeu em seguida: “Por que minha candidatura é um erro à democracia?”. O humorista então respondeu que não disse isso e que foi mal interpretado. “Eu só pedi que você retirasse sua candidatura. Uma coisa não tem nada a ver com outra.” As farpas continuaram quando Gregório pediu para ter tempo de fala, e não ser interrompido: “Você fez acusações muito levianas sobre o programa. Acusou a gente de mentiras. E tá tudo com fonte, checado, com fontes fidedignas”, disse ele, negando ter chamado o pré-candidato de “coronel” , como ele vinha o acusando. “Você me acusa de racista, me chama de baixinho e maconheiro”.
Mais uma vez foi interrompido: “Isso não aconteceu, Gregório. Isso é mentira! Não coloque a palavra na minha boca. Vai ficar feio para você”, disse o ex-ministro. “Posso falar? Posso ler o que você falou? Isso não é um debate de ideias?”, respondeu Gregório.
Até o Cabo Daciolo, que agora apoia o politico cearense, foi mencionado. “Ele disse que o homossexual estava no mesmo nível do corrupto. Essa frase é homofóbica, acho que você vai concordar”, disse Gregório Duvivier. O antigo deputado federal desconversou e voltou a falar de pesquisas que estão com números equivocados. “Eu ganho do Bolsonaro, sim! Você está tomado de mágoas… Eu aguento.”
O nível desceu mais quando o ex-Governador do Ceará propôs que Gregório Duvivier fosse debater com Lula e recebeu como resposta do Greg: “Lula não tem tempo para debater com um humorista numa sexta-feira. Ele casou e deve tá transando”.
Não perca as cenas de próximos capítulos: terá o moleque Gregório aprendido sua lição e voltado aquilo que ele sabe fazer bem: a comédia? Ou irá ele continuar querendo passar vergonha ao debater com “politico crescido”?
II Capítulo
O procurador-geral da República, Augusto Aras, discutiu, nesta terça-feira, dia 24 de maio, com o subprocurador-geral da República Nívio de Freitas Silva Filho, durante a 2ª Sessão Extraordinária do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF).
No momento da sustentação oral dos demais presentes na ocasião, Aras pediu para que Nívio respeitasse a direção dos trabalhos, declarando que não poderia “admitir aqui essa bagunça que o colega”. Ele foi interrompido por Nívio, que afirma: “bagunça? Vossa excelência também interferiu quando o colega estava falando.”
“Então, se vossa excelência quer respeito, me respeite também”, continua o subprocurador-geral. Respondendo, Aras alega: “Vossa excelência não é digno de respeito.”
A partir disso, Nívio se levanta para entrar em luta corporal com o procurador-geral da República, que vai ao seu encontro. Ambos precisaram de ser contidos.
A transmissão oficial do Canal do Ministério Público Federal (MPF) foi cortada com o ato. Uma baixaria...
O subprocurador-geral Nivio de Freitas disse à comunicação social que não irá “comentar as atitudes do procurador-geral da República”. Já Aras, por sua vez, foi procurado, mas não se manifestou.
Recordo, porque aparentemente o dr. Augusto Aras se esqueceu da importância e dignidade de seu cargo, que o procurador-geral da República atua no plenário do Supremo e designa subprocuradores-gerais da República para representar o órgão nas turmas do STF e do STJ, além dos julgamentos do TSE. É responsável também por apresentar denúncias criminais contra autoridades com foro privilegiado. Mas também pode propor ações diretas de inconstitucionalidade, pedidos de intervenção federal nos estados e no Distrito Federal, além de ações cíveis. Em relação ao STJ, é quem pede a federalização de casos estaduais. Logo, devia saber-se comportar como um cavalheiro em sociedade...
Não perca as cenas de próximos capítulos: Dr. Aras se irá vingar ou não? O mistério se adensa. Que mais irá acontecer depois da “trágica” morte da “Lava Jato”?
III Capítulo
O ex-juiz Sergio Moro, com toda a integridade que o caracterizava, deixou um partido para se filiar, a 31 de março último, num outro com a garantia de que não seria candidato presidencial, afinal desistiu da eleição presidencial, mas diz aora que “não desistiu de nada”. Entendeu? Eu também não!
Admiro a coerência e a coragem sistematicamente demonstradas pelo antigo “justiceiro de Curitiba”...
Já o ex-governador de São Paulo, João Doria anunciou, no dia 23 de maio passado, que também desistia de sua pré-candidatura à Presidência da República neste ano. Em pronunciamento lido para a imprensa disse, manifestamente magoado, que aceita a realidade de não ser o nome preferido da cúpula de seu partido.
Finalmente, na última pesquisa divulgada, ontem, pela Datafolha 54% dos inquiridos dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum, contra 33% que rejeitam votar em Lula.
Esta “novela mexicana” vai continuar. Não percam, por isso, os próximos capítulos!